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R. Carlos Eduardo Nichele, 1420 Pioneiros Fazenda Rio Grande
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A cada quatro horas e 18 minutos que passam, um assassinato é registrado no Paraná. Assim foi no período entre janeiro de 2019 e março de 2023, no qual o estado registrou 8.658 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) – categoria que inclui os homicídios dolosos (inclusive aqueles ocorridos no trânsito), os feminicídios, os casos de lesão corporal com resultado morte e os registros de latrocínio (roubo com resultado morte).

O levantamento, feito pelo Bem Paraná com base nos dados disponibilizados publicamente pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp-PR) através de seu Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape), revela que no ano passado houve um aumento no número de assassinatos no estado. Em 2022, 2.116 pessoas foram vítimas de CVLI, valor 6,2% superior ao registrado em 2021. Já no começo deste ano, em apenas três meses, outras 506 pessoas foram mortas.
Com relação à tipificação penal, os homicídios dolosos nas modalidades simples (“matar alguém”) e qualificado (quando o homicídio ocorre mediante pagamento, por motivo torpe, futil, com emprego são os mais comuns, com emprego de meios insidiosos ou cruéis ou de maneira a tornar mais difícil ou impossível a defesa do ofendido) são os mais comuns, com 7.774 registros no período analisado. Além disso, ainda entre os homicídios dolosos, o Paraná também teve 104 vítimas no trânsito e 327 casos de feminicídio.
Os casos de latrocínio (roubo com resultado morte) aparecem na sequência, com 277 vítimas; e há ainda os registros de lesão corporal com resultado morte (que somou 176 mortes).
As regiões e os municípios com mais crimes
Considerando-se as AISPs (Áreas Integradas de Segurança Pública, que nada mais são do que regionais, conglomerados de municípios organizados para a administração e planejamento da segurança no estado), descobrimos que as localidades do Paraná com mais assassinatos, em números absolutos, são: São José dos Pinhais (2ª AISP, que não inclui Curitiba), com 1.780 vítimas; Curitiba (1ª AISP, que engloba apenas a Capital), com 1.075; Ponta Grossa (4ª AISP), com 531; Paranaguá (3ª AISP), com 518; e Maringá (17ª AISP), com 463.
Já a análise a partir das taxas de assassinatos por 100 mil habitantes colocam em destaque as regionais de Paranaguá (3ª AISP), com 34,26 (um total de 518 morte); de Telêmaco Borba (22ª AISP), com 25,51 (283 mortes); de São José dos Pinhais, com 21,86; de Foz do Iguaçu (12ª AISP), com 21,69 (418 vítimas); e de Laranjeiras do Sul (8ª AISP), com 20,69 (112 vítimas).
Além disso, também é possível levantar os municípios com o maior número (absoluto) de mortes no estado e as cidades com maiores taxas de Crimes Violentos Letais Intencionais por 100 mil habitantes.
Entre os primeiros (número absoluto), Curitiba (1.075 assassinatos), Foz do Iguaçu (318), Paranaguá (296), Ponta Grossa (283) e São José dos Pinhais (282) são os “destaques”. Já entre os segundos (taxa de CVLI por 100 mil habitantes), Matinhos (49,81) São José das Palmeiras (48,11), Mariluz (46,67), Tapejara (44,99) e Esperança Nova (44,54) apresentam as maiores taxas do estado.
Grande Curitiba concentra um terço das ocorrências
A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é responsável por quase um terço dos CVLI registrados no Paraná. Entre 2019 e 2023, os municípios da Grande Curitiba registraram 2.855 assassinatos, com Curitiba (1.075 vítimas), São José dos Pinhais (282), Colombo (226), Almirante Tamandaré (200) e Piraquara (169) concentrando um maior número de registros.
Quando analisada a taxa de crimes (por 100 mil habitantes) nos municípios metropolitanos, no entanto, os destaques são outros: Rio Branco do Sul (38,7 assassinatos por 100 mil habitantes, com 63 CVLI), Bocaiúva do Sul (34,17, com 23 ocorrências), Almirante Tamandaré (32,81, com 200 vítimas), Itaperuçu (30,29, com 45 mortes) e Fazenda Rio Grande (29,27, com 152).
Sangue em 93% dos bairros curitibanos e alta de 20% nas mortes no município
Ao todo, 70 dos 75 bairros curitibanos tiveram pelo menos um registro no período entre janeiro de 2019 e março de 2023. Os 10 bairros com mais ocorrências, no entanto, respondem pela maioria dos assassinatos: 628 dos 1.075 registros no período, o equivalente a 58,4% do total. Esses bairros são os seguintes: CIC (127 vítimas), Tatuquara (94), Cajuru (88), Parolin (66), Sítio Cercado (58), Alto Boqueirão (51), Pinheirinho (39), Boqueirão (38), Uberaba (35) e Centro (32).
Entre os municípios paranaenses, Curitiba é a cidade com maior número de assassinatos (1.075, o equivalente a 12,4% das mortes violentas intencionais em todo o Paraná). Já quando analisada a taxa de CVLI, a Capital fica na posição 143 (sendo que 372 dos 399 municípios paranaenses registraram ao menos um CVLI entre 2019 e 2023, o equivalente a 93% do total).
No ano passado, contudo, o número de ocorrências na cidade teve um aumento expressivo. Houve 277 assassinatos em Curitiba, valor 20,4% superior aos 230 registros de 2021. Já em 2023, ao longo de apenas três meses, 52 mortes violentas foram registradas.
Vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI)
(dados de janeiro de 2019 até março de 2023)
Paraná
2023: 506
2022: 2.116
2021: 1.993
2020: 2.113
2019: 1.930
TOTAL: 8.658
Curitiba
2023: 52
2022: 277
2021: 230
2020: 257
2019: 259
TOTAL: 1.075
Municípios com mais vítimas de CVLI no Paraná
Curitiba: 1.075
Foz do Iguaçu: 318
Paranaguá: 296
Ponta Grossa: 283
São José dos Pinhais: 282
Londrina: 281
Cascavel: 237
Colombo: 226
Almirante Tamandaré: 200
Piraquara: 169
Municípios com maiores taxas de vítimas de CVLI no Paraná
(taxa por 100 mil habitantes)
Matinhos: 49,81
São José das Palmeiras: 48,11
Mariluz: 46,67
Tapejara: 44,99
Esperança Nova: 44,54
Rio Bonito do Iguaçu: 42,61
Santa Isabel do Ivaí: 41,68
Porto Rico: 39,09
Rio Branco do Sul: 38,71
Paranaguá: 37,95
(Com Bem Paraná)
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